16 de ago. de 2011


Infraestrura de TIC nas escolas é insuficiente para atender demanda dos alunos
O CGI.br divulgou nesta terça-feira, 09/08, os resultados da primeira edição da Pesquisa TIC Educação, que identificou usos e apropriações da Internet banda larga na rotina de escolas públicas. Realizada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), a TIC Educação entrevistou, ao longo de 2010, 1.541 professores, 4.987 alunos, 497 diretores e 428 coordenadores pedagógicos em 497 escolas brasileiras.
Além da pesquisa quantitativa, o CGI.br iniciou com esta pesquisa uma análise qualitativa que será feita ao longo de quatro anos. Foram escolhidas 12 escolas, que serão monitoradas e terão sua evolução no uso da tecnologia detalhada ao final do período. Para a próxima edição da pesquisa, cuja apuração começa em setembro deste ano, serão incluídas ainda 200 escolas particulares.
A pesquisa mostra que 81% das escolas públicas urbanas possuem laboratório de informática. “Por outro lado, o cotidiano do ensino-aprendizagem atualmente se desenvolve principalmente dentro da sala de aula e não no laboratório de informática”, afirma Alexandre Barbosa, gerente do CETIC.br. Um exemplo: 86% das escolas pesquisadas possuem computador instalado no laboratório de informática e conexão à rede. No entanto, diretores, professores e coordenadores pedagógicos consideram esta estrutura um fator de limitação: o número de computadores conectados à Internet e a baixa velocidade de conexão ainda são barreiras para a integração das TICs à educação.
Indo mais além, Juliano Cappi, coordenador da pesquisa, mostra que, apesar de 100% das escolas terem ao menos um computador e 92% contarem com acesso a internet, esse dado é relativo. Na média, cada escola pesquisada conta com 23 computadores, 18 em funcionamento e cerca de 800 alunos por escola. Isso significa que a infraestrutura chegou às escolas, mas ainda não atende aos alunos.
Há ainda mais limitações. Entre elas, poucos computadores por aluno, poucos computadores conectados e falta de equipamentos para alunos com deficiência. Mais que isso, apenas 4% dos computadores estão nas salas de aula. 88% na sala da coordenação ou direção e 81% nos laboratórios de informática, porém, só 52% delas têm monitores nos laboratórios.
Por conta disso, as atividades mais comuns com os alunos, como aula expositiva, interpretação de texto e exercícios práticos e de fixação do conteúdo, apresentam baixa incidência de uso do computador e da Internet. O uso da Internet como instrumento para organizar e mediar a comunicação entre professor e aluno e entre os alunos está entre as atividades que os professores menos utilizam (apenas 20%).
Em geral, professores mais jovens usam computador e Internet nas atividades realizadas com os alunos. Escolas públicas localizadas na região Sul apresentam o maior índice de utilização das tecnologias pelo professor em atividades com os alunos. Um exemplo é a atividade de “pesquisa de informações utilizando o computador e a Internet”, praticada por 56% dos professores da região Sul, enquanto o percentual para o total do Brasil é de 44%.
Para o professor, a principal limitação para maior uso das TICs na escola está relacionada ao seu nível de conhecimento sobre o uso das tecnologias. A maioria dos professores (64%) concorda que os alunos da escola sabem mais sobre computador e Internet do que o docente.
Para a maioria dos professores (75%), a principal fonte de apoio para o desenvolvimento de suas habilidades tecnológicas vem dos contatos informais com outros educadores. Na perspectiva do docente, ele depende principalmente de sua motivação pessoal e da ajuda dos colegas para desenvolver habilidades no uso de computador e da Internet. 
A pesquisa completa está disponível para consulta em http://www.cetic.br/educacao/2010.

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